quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Instituto resgata a identidade de pacientes com tecnologia 3D e reabilitação facial gratuita

Mais de 200 pacientes já foram atendidos pela ONG referência em São Paulo


Foto: Divulgação


Instituto Mais Identidade tem se destacado como referência nacional na recuperação física, social e emocional de pacientes mutilados. Sediado em São Paulo e em atividade desde 2015, a organização sem fins lucrativos atua na reabilitação bucomaxilofacial de pessoas com deformidades faciais e maxilares causadas por cânceres, traumas ou doenças congênitas.  

Mais de 200 pacientes de todo o Brasil já foram atendidos gratuitamente pelo Instituto, que utiliza uma tecnologia de impressão 3D de ponta para reestabelecer a aparência e resgatar a identidade dessas pessoas. A equipe multidisciplinar é composta por cirurgiões-dentistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, designers e protéticos.  

Para receber esses casos, que são de alta complexidade, o Mais Identidade conta com um laboratório digital e uma clínica. Lá, impressoras 3D são utilizadas para esculpir próteses a partir de modelos obtidos com fotografias de smartphones – isso possibilita que pacientes distantes da sede também possam ser atendidos. Até o momento, quase cem pacientes passaram pela reabilitação com cirurgias e próteses, além do cuidado psicossocial. O antes e depois dos pacientes impressiona, já que as peças, esculpidas de maneira quase artesanal, parecem partes reais do corpo. 

Universidade Paulista (UNIP) é a incubadora do projeto e sedia as instalações do Instituto no campus Indianópolis, localizado na Zona Sul da capital paulista. Fruto de mais de 30 anos de pesquisa, o Mais Identidade conta com o apoio de pessoas, empresas e entidades parceiras, a exemplo do Instituto Bourbon, Neo Alumínio e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS)

Trabalho do Instituto devolve a autoestima depois do trauma 

Mais de 30 mil novos casos de câncer na região da boca e face são estimados por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Alguns casos têm cura, outros podem evoluir para mutilações graves que comprometem a fala, alimentação e abalam profundamente e autoestima de quem sobrevive à doença.  

A desfiguração facial é sempre devastadora. O rosto é nosso cartão de visita para o mundo, expressa personalidade, comunica ideias. “A gente acolhe no Instituto pacientes que não conseguiam sequer se olhar no espelho. Sobreviveram ao câncer, ao acidente, ao trauma, mas estavam com a vida pausada. Quando recebem a prótese, voltam a viver com plenitude”, destaca o cirurgião-dentista Luciano Dib, um dos fundadores e presidente voluntário do Instituto Mais Identidade. 

O trabalho do Instituto é resgatar vidas, identidades. A equipe multidisciplinar que abraçou essa missão está fazendo história. O projeto se tornou referência e atrai estudantes de mestrado e doutorado de várias partes do mundo interessados na tecnologia e metodologia exclusiva associada a complexos procedimentos cirúrgicos e protéticos. “Nosso Método +ID revolucionou a forma de produzir próteses faciais, reduzindo tempo e custo de fabricação, criando modelos digitais por meio de escaneamentos de fotos obtidas por um telefone celular”, destaca Rodrigo Salazar, especialista em Reabilitação e Tecnologia do Instituto Mais Identidade.  

Cada prótese realizada com a tecnologia 3D resgata não só a estética, como também a identidade e autoestima para seguir a vida de cabeça erguida. Assim como Fábio, pacientes de outros estados já foram contemplados. Em 2021, como apoio do programa Voa, da Ambev, o Instituto Mais Identidade teve recurso para viabilizar 10 atendimentos no Rio Grande do Norte. Atualmente, 300 pacientes aguardam na esperança de poder se olhar de novo no espelho. “Para aumentar nossa capacidade de atendimento novos apoiadores e parceiros são sempre bem-vindos e necessários”, conclui Dib. 


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