O câncer da pele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil e é o mais incidente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Mulheres da região Sudeste são as mais afetadas. Foto: Reprodução da Internet |
O câncer de pele é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. De acordo com a dermatologista do Instituto de Oncologia Santa Paula, Vanessa Mussupapo, trata-se do tipo mais comum no Brasil e sua prevalência cresce anualmente. Ele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no país e está dividido em dois tipos: melanoma e não-melanoma.
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“O excesso de exposição ao sol é a principal causa da doença, uma vez que a radiação ultravioleta é a maior responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos. Se detectado precocemente, o câncer de pele pode ser curado com facilidade”, explica a médica.
Câncer de pele não-melanoma: O câncer de pele não-melanoma tem origem nas células basais ou escamosas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), é o mais incidente entre todos os tipos de câncer nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. No público feminino, a maior prevalência é na região Sudeste: 134,19 casos a cada 100 mil mulheres. Já o público masculino apresenta 92,86 casos a cada 100 mil na mesma região.
“As mulheres se expõem mais ao sol do que os homens por uma questão cultural de estética em busca de um corpo bronzeado. Já as regiões Sul e Sudeste têm como característica populacional descendentes de imigrantes europeus com predominância de fototipos 1 e 2, ou seja, pele clara, olhos claros e cabelos claros. Indivíduos com esses fototipos não se bronzeiam, mas se queimam com muita facilidade, por isso existe mais propensão de câncer de pele. As regiões Norte e Nordeste são as maiores consumidoras de filtro solar, além de ter uma população com predominância dos fototipos 3 e 4, ou seja, cabelo escuro, olhos escuros e cor de pele mais escura, que bronzeia com facilidade e dificilmente se queima”, explica Vanessa.
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Câncer de pele melanoma: O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos, as células produtoras de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Sua letalidade é elevada, porém sua incidência é baixa.
Segundo o INCA, são 3 mil novos casos em homens e 2,6 mil novos casos em mulheres. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encontram-se na região Sul. As chances de cura são de mais de 90% quando diagnosticada precocemente. Isso porque, nos estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Em geral, o melanoma tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos que costumam mudar de cor, de formato ou de tamanho, podendo ainda causar sangramento.
Este câncer está muito ligado a hereditariedade, por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.
Veja abaixo as dicas as orientações da dermatologista Vanessa Mussupapo:
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1 - Quais os primeiros sinais do câncer de pele?
O câncer de pele é uma doença silenciosa, então é importante ficar atento a pintas ou sinais suspeitos. A doença pode se assemelhar a pintas, eczemas, lesões, uma crosta central e que sangra facilmente, uma pinta preta ou castanha que muda de cor, pinta com bordas irregulares, pinta que aumenta de tamanho, mancha ou ferida que não cicatrizam, etc. Recomenda-se consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo. Uma biópsia pode diagnosticar o câncer da pele.
2 - Como prevenir?
Este câncer, ao contrário de muitos outros, pode ser prevenido na maioria dos casos com o uso de chapéus, camisetas e protetor solar. Se possível, evite a exposição solar entre 10h e 16h. O filtro solar deve ser usado diariamente, em todas as estações do ano, e não somente em horários de lazer ou diversão. É importante que o produto proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. A reaplicação deve ser realizada a cada duas horas em atividades de lazer ao ar livre ou de manhã e antes de sair para o almoço em dias de trabalho.
3 - Existe um grupo de risco para o câncer de pele?
Sim, pessoas de pele clara e sardas são mais suscetíveis. Também devem ficar alertas os indivíduos com antecedentes familiares com histórico da doença, pessoas que sofreram queimaduras solares, pessoas com pintas e aquelas com incapacidade para bronzear.
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4 - Bronzeamento artificial pode causar câncer de pele?
As câmaras de bronzeamento artificial por motivações estéticas são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde dezembro de 2009. Elas trazem riscos comprovados à saúde e foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses. Já o bronzeamento a jato é seguro e aprovado pela Anvisa. O procedimento é feito com produto à base de DHA (dihidroxiacetona) e aplicado sobre a pele com uma pistola conectada a um compressor.
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5 - Como é o tratamento?
No câncer da pele não-melanoma, a cirurgia é o tratamento padrão. Radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações são tratamentos coadjuvantes que variam conforme o tipo e a extensão da doença. Já no caso do melanoma, leva-se em conta a extensão, agressividade e localização do tumor. As modalidades mais utilizadas são as cirúrgicas e medicações orais.
6 - O rosto é uma das áreas do corpo que mais sofre com a exposição ao sol?
Sim. O rosto é uma área muito exposta ao sol, por isso o cuidado deve ser redobrado. Especialmente em dias nublados e chuvosos, muitas pessoas abandonam o protetor solar e deixam o rosto exposto sem protetor solar. Isso contribui para o envelhecimento precoce da pele e pode ainda resultar em manchas de sol. O produto deve ser espalhado de maneira uniforme de 15 a 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas horas (e depois de cada mergulho ou suor excessivo) para obter a proteção adequada. Em dias quentes, é importante fazer uso de chapéus, bonés e óculos escuros.
7 - O protetor solar do corpo também pode ser usado no rosto?
É importante avaliar o tipo de pele, pois a maioria dos protetores de corpo tem uma textura mais oleosa. Há opções diferenciadas para o protetor de rosos como loção, gel, mousse e oil free, indicado para peles oleosas. O recomendado é utilizar um produto com FPS a partir de 30 nesta área.
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8 - As maquiagens com filtro substituem o protetor solar?
As maquiagens com filtro não substituem o uso diário do protetor por possuírem baixo índice de proteção solar baixo, normalmente em torno de FPS 25, e cobertura muito fina. O ideal é utilizar protetor solar com base tonalizante.
9 – Qual a diferença entre os fatores de proteção solar?
O FPS 30 retém 96% da radiação UVB, enquanto o FPS 50 retém 98% e o FPS 100, 99%. Quanto mais sensível e clara for a pele, maior a necessidade de FPS. O FPS é o índice que determina o tempo que uma pessoa pode se expor ao sol sem ficar vermelha. Se a pessoa começa a ficar com a pele vermelha em 10 minutos sem filtro, com o FPS 30 ela vai demorar 30 vezes mais a ficar vermelha. A diferença está no tempo que você pode ficar exposto. Com o FPS 100 você pode ficar mais tempo sob o sol do que poderia ficar com o FPS30.
10 - O uso de filtro solar atrapalha a absorção da vitamina D?
Sim. O filtro solar reduz a capacidade do organismo em sintetizar a Vitamina D, substância que possui um papel vital no organismo, pois atua na formação e manutenção da saúde óssea. Um filtro solar com FPS 30 chega a diminuir em 95% a síntese cutânea da vitamina D. Para manter os níveis adequados da vitamina no organismo, é necessário se expor ao sol pelo menos 10 a 15 minutos, entre 10h às 15h, sem proteção solar, ou através de suplementação.
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11 - A pele negra é mais resistente ao sol?
Sim, pois maior quantidade de melanina. Neste caso, o FPS 15 é suficiente.
12 – É permitido utilizar filtro solar e repelente ao mesmo tempo?
Não há perigo em usar os dois produtos simultaneamente. Para um melhor resultado, aplique o protetor solar primeiro e 15 minutos depois passe o repelente.
13 - Protetor solar é dispensável no inverno?
De forma alguma. A radiação no inverno no Brasil é tão intensa quanto a registrada ao longo do verão na Europa.
Fonte: www.santapaula.com.br
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