Doença responde por 30% de todos os diagnósticos e dermatologista alerta que cuidados com a pele devem acontecer no ano inteiro, mas devem ser intensificados no verão
Protetor solar e água protegem do calor. Foto: Pixabay |
O Hospital Santa Paula participa da campanha nacional da Sociedade Brasileira de Dermatologia que tem como objetivo estimular a população na prevenção e no diagnóstico ao câncer da pele, o tipo de maior prevalência no país. De acordo com a dermatologista Vanessa Mussupapo, do Instituto de Oncologia Santa Paula, o câncer de pele é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, e o excesso de exposição ao sol é a principal causa da doença, uma vez que a radiação ultravioleta é a maior responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos.
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Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante ficar atento a sinais como pintas, eczemas, lesões, uma crosta central e que sangra facilmente, uma pinta preta ou castanha que muda de cor, pinta com bordas irregulares, pinta que aumenta de tamanho, mancha ou ferida que não cicatrizam, etc. Recomenda-se consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo. Uma biópsia pode diagnosticar o câncer da pele.
“O câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país e está dividido em dois tipos: melanoma e não-melanoma. Se detectado precocemente, pode ser curado com facilidade”, explica Vanessa.
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Existem dois tipos de câncer de pele:
1. Câncer de pele não-melanoma: É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o de maior incidência e mais baixa mortalidade, porém se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressivas. Apresenta altos percentuais de cura se for detectado e tratado precocemente.
A estimativa de novos casos no Brasil é na faixa de 165 mil, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres, segundo dados recentes do INCA. O número de mortes chega a 1.958, sendo 1.137 homens e 821 mulheres.
No câncer da pele não-melanoma, a cirurgia é o tratamento padrão. Radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações são tratamentos coadjuvantes que variam conforme o tipo e a extensão da doença.
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2. Câncer de pele melanoma: Representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). Este câncer está muito ligado a hereditariedade, por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.
Segundo o INCA, são 6.260 casos no Brasil, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres. Há registros de 1.794 mortes no Brasil, sendo 1.012 homens e 782 mulheres. O tratamento desse tipo leva em conta a extensão, agressividade e localização do tumor. As modalidades mais utilizadas são as cirúrgicas e medicações orais.
Prevenção: A especialista listou abaixo três recomendações que devem ser incorporadas aos nossos hábitos diários de proteção:
1. Se possível, evite a exposição solar entre 10h e 16h.
2. O filtro solar deve ser usado diariamente, em todas as estações do ano, e não somente em horários de lazer ou diversão, e deve ser espalhado de maneira uniforme de 15 a 30 minutos antes da exposição. É importante que o produto proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. A reaplicação deve ser realizada a cada duas horas em atividades de lazer ao ar livre ou de manhã e antes de sair para o almoço em dias de trabalho, principalmente no rosto, que é uma área muito exposta ao sol.
3. As maquiagens com filtro não substituem o uso diário do protetor por possuírem baixo índice de proteção solar baixo, normalmente em torno de FPS 25, e cobertura muito fina. O ideal é utilizar protetor solar com base tonalizante.