*Por Gisele Rocha
Bruno Carrá |
Inclusão é uma palavra muito bonita que muitos gostam de pronunciar, mas quando a questão é por em prática, o “buraco é mais embaixo”. Pegando o gancho da Olímpiada e Paralímpiada Rio 2016, no RJ, me deparei com dois atletas com nanismo, orgulho demais, mas confesso que achei pouco. Acredito que as cidades, clubes e associações poderiam se envolver mais e também as próprias pessoas com a deficiência praticar e se “jogar” no esporte.
O Bruno Carrá irá representar o nanismo no Halterofilismo e o Jonatan Santos, no Atletismo. Acredito que temos outros paratletas que desconheço, não só os brasileiros, o que deixa o segmento esperançoso, e que o dever de casa está sendo feito. Em Nova Iguaçu o paratleta com nanismo, Adriel de Souza carregou a tocha, durante sua passagem pela cidade iguaçuana, isso sim é inclusão.
A participação de uma criança com nanismo na abertura dos jogos, na última sexta-feira, emocionou centenas de pessoas, fazendo com que na mesma hora, o segmento se movimentasse nas redes sociais. Isso sim é inclusão, na origem da palavra. O pequeno Carter é canadense nasceu com acondroplasia e as complicações da deficiência requerem muitas cirurgias, assim ele se hospeda na Casa Ronald McDonald, para tratamento fora de sua cidade. A entidade enviou 5 crianças para participar da solenidade. Os Jogos Paralímpicos estão rendendo para o nanismo, deficiência que passava despercebida e agora somos referência na inclusão.
Jonatan Santos |
Nos jogos testes fiz uma visita a Arena 1 e vi que a acessibilidade está de parabéns, mas a inclusão deixou um pouco a desejar, já que os cadeirantes tem um lugar reservado e não podem transitar pelas arquibancadas, tem sempre o lugar do deficiente. Sempre estamos na ponta, por ser mais fácil. Já repararam? O que você acha?
Acredito em uma inclusão total, com espaço para cadeiras, com arquibancadas mais baixas, com cadeiras adaptáveis, áudio descrição e etc... Pode até ser uma utopia, ou uma grande viajem da minha cabeça, mas penso assim. Sempre estamos na ponta, por ser mais fácil.
Vamos pensar em uma inclusão para incluir? Desafio você!
*Gisele Rocha, 29 anos, Jornalista, presidente da Inclusiva Comunicação e Assessora de Imprensa da Secretaria da Pessoa com Deficiência e dos Idosos de Mesquita- RJ. Casada, mãe da Anna Beatriz (6) e da Luiza Vitória (4), a última com deficiência, Displasia Diástrofica (caso raro de nanismo). Quem quiser dar alguma opinião ou indicar algum assunto pode enviar um email para inclusivacomunicacao@gmail.com