quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Sociedade e família na jornada da fertilidade: remédio ou veneno?

*Thalyta Laguna


O sofrimento psíquico de quem tenta engravidar não pode seguir sendo deslegitimado. Foto: Pexels


Nem sempre o desejo de ter um filho se concretiza no tempo ou da forma que se imaginava. Quando as tentativas não resultam em gravidez, o impacto não se limita aos tratamentos: saúde física e mental, relacionamentos, autoimagem e vínculos familiares são colocados à prova. Esse peso se torna ainda maior porque, culturalmente, a infertilidade continua sendo vista como um problema do corpo feminino. Essa percepção distorcida direciona o olhar para as mulheres e concentra nelas a maior parte da responsabilidade emocional, clínica e simbólica do processo. 

Em cerca de 40% dos casos, a infertilidade decorre de fatores masculinos. Ainda assim, as mulheres são, na maioria das vezes, as primeiras a serem investigadas, medicadas, examinadas e cobradas. A pressão se acumula dia após dia, e o sofrimento se deposita não apenas em seus corpos, mas também em seus pensamentos. 

Isso não significa que os homens não sofram. Eles sofrem, muitas vezes, calados; e, por falta de espaço ou por exigência cultural, tendem a internalizar suas angústias. Mas, mesmo quando o sofrimento está presente dos dois lados, a resposta social à infertilidade é desigual: enquanto os homens são poupados de perguntas e julgamentos, as mulheres seguem como principais alvos da cobrança. Espera-se que estejam disponíveis, resilientes e preparadas. E, quando a pressão vem mascarada de conselhos que nada acrescentam, é a saúde mental feminina que sente o impacto primeiro. 

No espaço familiar, onde se esperaria proteção, surgem cobranças veladas. Perguntas sobre “quando virão os netos”, comparações com outras gestações e sugestões genéricas sobre fé ou paciência contribuem para uma sensação de inadequação que adoece. Ainda que muitas dessas falas partam do desejo de ajudar, operam a partir do senso comum, ignorando a complexidade emocional da infertilidade. 

É preciso romper esse ciclo. O sofrimento psíquico de quem tenta engravidar não pode seguir sendo deslegitimado. Cada tentativa frustrada representa uma perda real, e o luto não é menor só porque não pode ser visto. A família pode ser parte do problema, mas também da solução. Validar as emoções, respeitar o tempo e o processo alheios e evitar pressões são formas concretas de cuidado. 

Ao fim e ao cabo, vale a máxima: há silêncios que sustentam mais do que mil discursos. Pois, na maior parte das vezes, não é a ausência de palavras que machuca, e sim o excesso delas, ditas para calar o próprio desconforto.  

Se não souber o que falar, ofereça um abraço. Ele costuma dizer tudo. 

*Autora de “Muito além do positivo”, Thalyta Laguna é psicóloga perinatal e pesquisadora na área de saúde reprodutiva. 



quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Voz e resistência: "Nasci Odara" revela uma história real de luta, amor e transformação

Em livro, a escritora Ana Marice Teixeira Ladeia reconstrói a trajetória de uma mulher trans preta em narrativa que transita entre depoimentos íntimos e reflexões críticas, elucidando pautas como redesignação de gênero e direitos humanos



O livro Nasci Odara, da médica, pesquisadora e escritora Ana Marice Teixeira Ladeia, é mais que um relato biográfico: é um testemunho vivo sobre resiliência, amor e a potência de existir plenamente. A obra nasceu do encontro entre a autora, branca e cisgênero, e Odara, mulher trans, preta e periférica, cuja história rompe o silêncio imposto pela marginalização e pela violência estrutural. 

Ao longo das páginas, Ana Marice se coloca no lugar de escuta, deixando que Odara conduza o fio narrativo. Entre memórias, dores e conquistas, a protagonista revela uma trajetória marcada por enfrentamentos e afeto, onde o amor – seja materno, romântico ou próprio – surge como força de sobrevivência.  

Vivo como se eu não fosse uma pessoa inteira e real. Sinto que existem dois mundos, o mundo que transborda dentro de mim e que já não cabe no meu corpo e o mundo dos que me veem e me julgam. Tenho vomitado tudo que como. Vomito muito mais que comida, vomito dores, preconceitos e a hipocrisia da sociedade. (Nasci Odara, p. 41)  

A narrativa transita entre depoimentos íntimos e reflexões críticas sobre gênero, preconceito e direitos humanos, além de trazer informações claras sobre o processo de redesignação de gênero, fruto de entrevistas da autora com outros médicos e psicólogos. Assim, Nasci Odara se torna também um instrumento de conscientização, ao desmistificar conceitos e ampliar o diálogo sobre diversidade e inclusão. 

Me diziam que eu não tinha lugar de fala até que resolvi assumir que eu tinha sim lugar de fala, porque tive lugar de escuta e tenho lugar de escrita”, afirma Ana Marice. Segundo ela, o livro surge justamente como uma ferramenta de ampliar a voz dessas mulheres. 

Ao final, a relação entre narradora e protagonista transcende a escrita: ambas se reconhecem nas emoções compartilhadas. Com linguagem sensível e comprometida com a verdade, Nasci Odara se firma como um convite ao respeito e à empatia – e como prova de que contar histórias é também um ato político e de amor. 

FICHA TÉCNICA 
Título: Nasci Odara 
Autor: Ana Marice Teixeira Ladeia 
ISBN: 978-65-5625-670-2 
Páginas: 94 
Preço: R$ 40,00 
Onde comprar: Amazon 

Sobre a autoraAna Marice Teixeira Ladeia construiu uma trajetória marcada pela dedicação à medicina e à literatura. Médica cardiologista, é doutora em Medicina Interna e professora titular da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, onde também coordena o Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Humana. Já publicou mais de 135 artigos científicos. Na literatura, transita entre prosa e poesia, explorando temas de amor, superação e questões sociais. Autora de Do amor e do amar: histórias de mulheres reais como você e Nasci Odara, finalista do Prêmio Kotter de Literatura, teve obras traduzidas para o espanhol e lançadas internacionalmente.  

Instagram@anamariceladeia 

 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Em 'Vale tudo', Afonso descobre que está com leucemia: entenda a doença que terá mais de 11 mil casos este ano

Novela reacende discussão sobre um dos tipos mais comuns de câncer hematológico e reforça necessidade de atenção aos sintomas


Afonso descobre câncer. Foto: Divulgação/TV Globo

Na nova versão de “Vale Tudo”, exibida pela TV Globo, o personagem Afonso (Humberto Carrão) foi diagnosticado com leucemia mieloide, em uma sequência inspirada na clássica cena de “Laços de Família” em que Camila (Carolina Dieckmann) raspa os cabelos durante o tratamento contra a doença. A reinterpretação reacende o debate sobre um tipo de câncer que afeta milhares de brasileiros todos os anos e ainda é cercado de dúvidas.

A leucemia mieloide é um tipo de câncer que se origina na medula óssea, local responsável pela produção das células do sangue, e pode ser classificada como aguda ou crônica, dependendo da velocidade com que as células doentes se multiplicam.

Sobre o tratamento, Mariana Oliveira, onco-hematologista da Oncoclínicas, destaca que ele pode incluir quimioterapia, terapias-alvo, medicamentos orais e, em alguns casos, transplante de medula óssea. “O diagnóstico precoce e o acompanhamento com equipe especializada são fundamentais para o sucesso do tratamento e para oferecer a melhor qualidade de vida ao paciente”, afirma a especialista.

Outro ponto de atenção abordado na novela é a queda de cabelo durante o tratamento. “A queda dos fios não é provocada pela leucemia, mas é um efeito colateral de alguns tratamentos”, esclarece Mariana.

Entenda a doença

Dos tipos de câncer que afetam o sangue, a leucemia é a mais conhecida. A idade de acometimento varia de acordo com o subtipo da doença, que, em linhas gerais, se divide em mielóide e linfóide, de acordo com a célula afetada. Em ambas as categorias, ela pode ser qualificada como sendo aguda ou crônica, considerando a velocidade de divisão dessas células e, portanto, a agilidade com a qual a doença se desenvolve.

As Leucemias Agudas podem ocorrer em todas as faixas etárias sendo que a LLA (Leucemia Linfóide Aguda) tem maior incidência na infância e juventude. Já a Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é o tipo mais comum de Leucemia em adultos, correspondendo a 80% dos casos neste grupo. A ocorrência de LMA aumenta com a faixa etária (maior incidência acima de 65 anos). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no triênio 2023-2025, são estimados 11.540 novos casos a cada ano no Brasil - sendo o 10º tipo de câncer mais frequente entre a população brasileira

"A Leucemia é desencadeada por mutações genéticas nas células hematopoiéticas, responsáveis pela produção das células sanguíneas (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas). Estas mutações fazem com que a célula hematopoiética passe a produzir uma grande quantidade de células anormais, que não conseguem amadurecer e desempenhar sua função normalmente, ocupando a medula óssea e impedindo que células normais sejam produzidas", explica a especialista.

Segundo Mariana, a doença não se trata de uma condição hereditária, mas sim de alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer. "Infelizmente, não existe uma forma de prevenção. Porém, é importante estar atento e procurar um médico sempre que tiver algum dos sintomas. Assim, será possível fazer os exames diagnósticos com rapidez e escolher o tratamento mais adequado para cada caso", destaca Mariana.

Fique atento aos sintomas

Alguns fatores, como a exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, e à radiação em altos níveis, assim como algumas doenças genéticas como anemia de Fanconi e outras que afetam o sangue, podem elevar o risco de incidência da doença. Ainda assim, estes são apenas fatores que podem contribuir para o surgimento da leucemia, mas não são regra. Diante disso, o principal conselho da onco-hematologista é que seja dada atenção aos sinais que podem ser indícios da doença.

"Os sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, uma das consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias) e consequente anemia. Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves também podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas", comenta a médica.

A redução na imunidade ocasionada pela baixa quantidade de glóbulos brancos faz com que a pessoa apresente infecções constantes e febre. "Dores ósseas e nas juntas, que podem dificultar a capacidade de locomoção, e dores de cabeça e vômitos são outros possíveis sintomas que não devem ser ignorados. Outro indício da doença pode ser ainda a perda de peso", afirma Mariana Oliveira.

A onco-hematologista da Oncoclínicas frisa, contudo, que as leucemias crônicas são comumente descobertas por alterações identificadas no hemograma - exame de sangue que deve ser realizado periodicamente como parte da rotina, já que dificilmente apresentarem alterações evidentes à saúde. "Apenas em estágios mais avançados podem ocorrer sintomas similares aos casos agudos", pontua.

Para fechar o diagnóstico, é recomendada a coleta de medula óssea para exames específicos (mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo). Outros estudos complementares podem ser então sugeridos, de acordo com a subclassificação a ser estabelecida e análise de risco, para que seja assim definido o tratamento a ser adotado. 

Como funciona o tratamento para leucemia?

Logo de cara, quando se fala em leucemia, é quase inevitável pensar no transplante de medula óssea. Mas, ela é muito mais ampla do que os casos que realmente necessitam desse procedimento. Em muitos pacientes, o tratamento pode ser medicamentoso ao longo de toda vida, ou ainda a partir da própria quimioterapia, capaz de eliminar a doença.

Podendo ser agudas (leucemia linfóide aguda e leucemia mieloide aguda) ou crônicas (leucemia linfocítica crônica e leucemia mieloide crônica), elas são definidas da seguinte maneira:

  • Leucemias agudas: necessitam de internação, exames de classificação e testes da medula óssea para a escolha da quimioterapia adequada ao paciente. Geralmente, a multiplicação das células mutadas é rápida e é mais comum em crianças.
     
  • Leucemias crônicas: possui um desenvolvimento lento e pode acompanhar o paciente ao longo de toda a vida, sem maiores complicações. Na maioria dos casos é mais comum em adultos e seu tratamento é realizado com consultas de rotina e prescrição de remédios.

"Temos que lembrar que os avanços nos tratamentos tiveram um salto importantíssimo. Um deles é a terapia car-t cell, em que os linfócitos do tipo T são tratados em laboratório para que possam analisar e reconhecer as células cancerosas, eliminando-as", comenta.

Além disso, a leucemia possui altas chances de cura, podendo chegar a até 90%, no caso das crianças, e 50% em pessoas até 60 anos. "Apesar de não existir cura para alguns casos da doença, os tratamentos são eficazes para oferecer uma maior expectativa e qualidade de vida. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para o controle da leucemia", finaliza Mariana Oliveira.


Enem 2025: Dicas para se destacar na prova

Coordenadora pedagógica da Rede Enem apresenta dicas práticas para alunos enfrentarem a reta final com confiança e equilíbrio


Foque no que mais cai na prova. Foto: Pixabay

A menos de 70 dias para o Enem 2025, milhões de estudantes intensificam a preparação para o exame que pode definir o futuro acadêmico. Segundo dados do Inep, mais de 3,9 milhões de candidatos realizaram o Enem em 2024, o que consolida o exame como a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil. O grande desafio, especialmente para os alunos do Ensino Médio, está em equilibrar a rotina escolar com os estudos para o Enem, sem comprometer o desempenho ou a saúde emocional.

Juliana Evelyn dos Santos, coordenadora pedagógica da Rede Enem, lembra que o segredo está na organização e constância. “As palavras-chave para conciliar esses dois grandes objetivos são organização, constância e treino. O ideal é que cada estudante monte seu cronograma semanal de estudos, distribuindo as matérias que ele irá estudar e revisar de maneira equilibrada, intercalando matérias mais fáceis com aquelas que ele tem mais dificuldade”.

Pensando nessa reta final, a profissional responsável pela curadoria do conteúdo pedagógico da Rede Enem, uma das principais plataformas de educação digital gratuita para preparação do Exame Nacional do Ensino Médio, dá 5 dicas para os alunos se prepararem:

  • Organize um cronograma realista: Planeje os estudos semanalmente. Intercale conteúdos mais fáceis com os mais desafiadores e inclua períodos de descanso, exercícios físicos e lazer para evitar o esgotamento mental. 
  • Foque no que mais cai na prova: Revisar os conteúdos mais cobrados no Enem ajuda a direcionar os esforços de maneira eficiente. Além disso, buscar sanar dúvidas ao longo do caminho otimiza o aprendizado.
  • Aproveite as aulas regulares: Ver as aulas da escola como uma extensão da preparação para o Enem é um diferencial. “O estudante deve organizar seu cronograma de modo que revise e faça exercícios dos conteúdos vistos na escola e intercale com os pontos importantes de revisão, como os conteúdos que mais caem em cada disciplina no Enem”, recomenda Juliana.
  • Pratique simulados: Realizar simulados ajuda os estudantes a treinar o tempo e a resolver questões no estilo do Enem. Essa prática também auxilia na familiarização com o formato da prova e fortalece a resistência mental.
  • Cuide da saúde física e emocional: Dormir bem, manter uma boa alimentação e praticar atividades físicas são tão importantes quanto estudar. Dedicar tempo ao lazer também é essencial para recarregar as energias e reduzir o estresse.

A mestra e doutoranda em Educação reforça que o exame exige mais do que apenas conhecimento técnico. “O estudante deve organizar seu cronograma de modo que revise e faça exercícios dos conteúdos vistos na escola e intercale com os pontos importantes de revisão, como os conteúdos que mais caem em cada disciplina no Enem." conclui a especialista da Rede Enem.

Para saber mais sobre a Rede Enem acessehttps://redeenem.com.br/


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Espiritismo e psicologia: Mayse Braga e sua filha lançam livro para ajudar famílias afastadas

"Aquele tempo entre nós" surgiu como uma forma de trazer paz, perdão e dar novo fôlego às relações



Muitos não têm a oportunidade de, em vida, acertar os ponteiros com os pais ou os filhos e fazer com que problemas do dia-a-dia sejam superados. Dispostas a não deixar que a relação de mãe e filha fosse deteriorada por falta de diálogo e de compreensão, Mayse Braga, famosa oradora espírita (67), e sua filha, Marianna Braga, psicóloga (41), escreveram “Aquele tempo entre nós”. O livro traz a visão de ambas sobre diferentes assuntos – de bobagens a temas sensíveis –, desata nós e quebra tabus numa relação onde o amor sempre deve prevalece.

A ideia de escreverem um livro juntas surgiu em 2022, após Mayse passar por duas internações hospitalares. Durante a recuperação, ela morou com a filha e ambas passaram por um processo de reconciliação, retratado na obra. Narrado em duas vozes, uma conversa em meio ao chá da tarde, “Aquele tempo entre nós” traz dois pontos de vista: o de uma mãe que adoeceu e viu, pouco a pouco, sua vida virar de cabeça para baixo; e o de uma filha zelosa e sobrecarregada, ainda mais pressionada após o acúmulo de novas obrigações.

 

“Sabemos que nossa história — por mais que nos pareça única — é vivida todos os dias por mães, pais e filhos que se encontram e se desencontram na intenção de bem cuidar, em meio a todos os desafios que essa tarefa, por vezes solitária, impõe. Contar o que vivemos foi tanto uma forma de oferecer companhia a quem atravessa essa jornada — ou sabe que um dia vai vivê-la — quanto um exercício terapêutico que nos lembrou que o amor pode fazer mais do que proteger: ele pode também libertar...” – Mayse Braga, oradora espírita e “a mãe”

 

 

Ao longo de memórias de um passado recente e de outras mais antigas, “Aquele tempo entre nós” convida o leitor a entrar na parte bagunçada da casa, naquele quartinho que muitas vezes queremos esconder ou fingir que não existe.

A cada novo assunto que mãe e filha abordam, seja esse mais ou menos áspero, as autoras abrem espaço para uma construção conjunta, a fim de preencher o tempo de dor com aprendizados e de explicar o que antes parecia ser tão difícil colocar em palavras. São histórias que nos falam de cuidado, envelhecimento, limites, ansiedades e medos. Mas que também expressam amor, carinho, lembranças felizes, momentos engraçados e músicas bonitas.

 

“Escrever esse livro me ajudou a entender a mim mesma e à minha mãe de um jeito novo e transformador. Depois de nos perdermos em meio a dores e medos intensos, conseguimos nos reconectar por meio da escuta sem interrupções que somente o diálogo escrito nos permitiu.” – Marianna Braga, psicóloga e “a filha”

 

As páginas de “Aquele tempo entre nós” são um pedido de desculpas, o levante de uma bandeira de trégua, um novo olhar sobre o passado, o presente e o futuro. São o resgate do que um dia já existiu e a base do caminho que ainda virá. São a reconstrução, tijolo a tijolo, palavra por palavra, de uma relação que atravessou a tempestade para, enfim, aprender a navegar.

Este livro é um privilégio, nas palavras das autoras, para “conversarmos, em vida, sobre os arrependimentos que temos, a fim de podermos desatar alguns nós, separando o que é bobagem do que realmente importa: cuidarmos uma da outra, e cada uma de si mesma, com todo o amor que sentimos.”

 

Sobre as autoras:

Mayse Braga é oradora da Doutrina Espírita desde os 16 anos, e mãe da Marianna desde os 25 anos.

Marianna é psicóloga clínica desde 2007 e filha da Mayse desde 1983.

 

Serviço:

Livro: Aquele Tempo Entre Nós (@aqueletempoentrenos)

Autora: Mayse Braga e Marianna Braga (@eixonortepsicologia)

Páginas: 200

Disponível para compra através do link



sábado, 23 de agosto de 2025

Tendência 'coffee party' chega ao Rio com DJ e massagem para celebrar atletas de corrida com vista para o Pão de Açúcar

Após circuito de corrida na Praia de Botafogo, participantes da Track Experience terão café da manhã exclusivo, massagem de recovery e sorteio de kits no Botafogo Praia Shopping com set da DJ Izzy


A DJ IZZY comandará o repertório musical. Foto: Divulgação


Para encerrar com chave de ouro a programação do Mês do Bem-Estar, o Botafogo Praia Shopping traz para a cidade a tendência global das coffee parties. A ação acontecerá no domingo, 31 de agosto, em parceria com a Track Experience, e proporcionará um momento de celebração e recuperação para os atletas após um circuito de corrida na Praia de Botafogo, em uma manhã que unirá esporte, gastronomia e autocuidado em um só lugar. A DJ IZZY comandará o repertório musical, que contará com uma playlist especial para esse momento, com ritmos que vão do HipHop ao Black Music. 

A largada da corrida está marcada para as 7h na Praia de Botafogo. Na sequência, das 8h às 10h, os corredores serão recebidos no shopping para uma exclusiva Coffee Party, em uma parceria com a Bauducco. O evento pós-corrida contará com um completo café da manhã, massagens de recovery para aliviar a tensão muscular e sorteios de kits especiais. O encontro promete ser o ponto alto da manhã, celebrando a performance e o bem-estar dos participantes em um ambiente descontraído.  

Clientes do Botafogo Praia Shopping têm um benefício especial para participar da corrida: um cupom de 15% de desconto nas inscrições, válido para 150 vagas exclusivas pelo app da TF Sports. Além disso, o próprio shopping será o ponto de retirada dos kits para a prova, que estará disponível entre os dias 28 e 30 de agosto. 

"Estamos sempre atentos às novas tendências que promovem um estilo de vida saudável e moderno. A coffee party pós-corrida é uma tendência que une o esporte a um momento de confraternização e cuidado, e nosso objetivo é trazer essa experiência para o Rio de Janeiro. O Botafogo Praia Shopping se consolida como um ponto de encontro para aqueles que buscam não só compras, mas também vivências únicas e que agregam valor ao dia a dia de nossos clientes", afirma Isabella Colonna, gerente de marketing do Botafogo Praia Shopping. 

Serviço: Track Experience & Coffee Party – Botafogo Praia Shopping  

Data: 31 de agosto (domingo)  
Horário: 7h: Circuito de corrida na Praia de Botafogo. | 8h às 10h: Coffee Party para participantes no shopping.  
Local: Corrida na Praia de Botafogo; Coffee Party no Botafogo Praia Shopping.  
Endereço: Praia de Botafogo, 400 - Botafogo, Rio de Janeiro – RJ  
Inscrições para corrida: Cupom de 15% de desconto para clientes BPS, via app da TF Sports (150 vagas).  
Retirada de kits: No Botafogo Praia Shopping, de 28 a 30 de agosto. 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Fernanda Rodrigues revela retorno de câncer de pele: entenda a doença

Representando cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país, são estimados mais de 220 mil novos casos ao ano; Oncologista tira principais dúvidas


Fernanda Rodrigues atualiza ínternautas sobre seu estado de saúde. Foto: Reprodução da Internet

Fernanda Rodrigues, 45 anos, usou as redes sociais nesta semana para compartilhar que o carcinoma de pele, que havia retirado no ano passado, retornou. A atriz contou que percebeu o reaparecimento da mancha por estar sempre atenta às mudanças no próprio corpo e procurou sua dermatologista, que confirmou o diagnóstico. Agora, ela passará por uma nova cirurgia para remoção da lesão.

Apesar do susto, Fernanda fez questão de tranquilizar os fãs e familiares, afirmando que seu caso não é grave e que está bem. Em vídeo, ela relatou conhecer pessoas que já passaram por mais de cinco procedimentos semelhantes e reforçou a importância da prevenção e do acompanhamento médico contínuo. “Preciso me cuidar, me proteger. Esses resquícios da vida, do sol, vou ter que lidar com eles, ficar atenta e ir resolvendo. Está tudo certo, estou ótima, está tudo bem”, declarou.

A atriz também aproveitou para fazer um alerta sobre sua saúde: “Estão circulando muitas fake news por aí, então achei importante vir explicar pessoalmente: estou ótima e cuidando da minha saúde. É muito importante estar atento ao próprio corpo e procurar um médico sempre que notar algo diferente. Se cuidem”, disse.

Entenda o câncer de pele

O câncer de pele é o mais comum no Brasil, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 220 mil novos casos anuais, sendo cerca de 85% do tipo não melanoma, geralmente menos agressivo, e 15% do tipo melanoma, conhecido por sua letalidade.

Os números chamam a atenção, mas ainda assim, o problema não é tratado com a seriedade que merece. A principal causa, a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV), pode ser prevenida com medidas simples, como o uso diário de protetor solar e a adoção de hábitos de proteção, como evitar o sol nos horários de pico.

Vivemos em um país tropical, com alta exposição solar durante todo o ano, mas ainda falta conscientização sobre os riscos do câncer de pele. Medidas preventivas básicas podem salvar vidas, e precisamos reforçar essa mensagem constantemente”, afirma Rodrigo Perez Pereira, líder nacional da especialidade pele da Oncoclínicas.

Tipos de câncer de pele 

O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização.

Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular estão relacionados à alta exposição dos raios solares e devem ser prevenidos com protetor solar e consultas frequentes com dermatologista são importantes para detecção do câncer na sua fase inicial.

Já o chamado câncer de pele do tipo melanoma, apesar de considerado como sendo de baixa incidência - ele é responsável por 8.450 novos diagnósticos por ano -, é o mais agressivo e requer atenção redobrada. São geralmente os casos que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. 

Diagnóstico precoce: um aliado na luta pela vida

Uma das principais armas contra o câncer de pele é o diagnóstico precoce. Quando identificado em estágios iniciais, o tratamento é mais simples e eficaz, com chances de cura que podem ultrapassar 90%, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Além disso, populações específicas, como trabalhadores rurais, pescadores e pessoas de pele clara, estão mais vulneráveis devido à exposição solar acumulada ao longo dos anos. No entanto, o oncologista alerta que o câncer de pele não discrimina e pode atingir qualquer pessoa, independentemente da cor da pele ou do estilo de vida.

Infelizmente, no entanto, muitos casos ainda são descobertos tardiamente, certas vezes porque os sinais podem ser confundidos com lesões benignas. “Uma pinta que muda de cor, um machucado que não cicatriza ou uma mancha com bordas irregulares podem ser sinais de alerta. O tempo é um fator decisivo na luta contra o câncer de pele”, explica Pereira.

O especialista orienta ainda que a regra do 'ABCDE' é uma ferramenta simples, mas muito útil para reconhecer sinais suspeitos que merecem atenção:

  • Assimetria: quando uma metade da lesão é visivelmente diferente da outra.
  • Bordas: lesões com contornos irregulares ou mal definidos.
  • Cor: manchas ou pintas que apresentam mais de uma tonalidade, como variações entre preto, marrom, vermelho, azul, cinza ou outras cores.
  • Diâmetro: lesões maiores que 6 mm devem ser analisadas com atenção.
  • Evolução: qualquer alteração no tamanho, forma ou cor ao longo do tempo é um sinal de alerta.

“Perceber mudanças na pele é o primeiro passo para a prevenção. Ao identificar qualquer característica fora do comum, é essencial buscar orientação de um dermatologista para um diagnóstico preciso e, se necessário, iniciar o tratamento o quanto antes”, reforça. 

Desinformação e tendências perigosas nas redes sociais

O aumento do uso das redes sociais trouxe benefícios inegáveis, como o acesso mais rápido a informação. No entanto, também ampliou a disseminação de fake news e práticas perigosas, especialmente no campo da saúde. Um exemplo recente é a tendência de aplicar protetor solar apenas em algumas áreas do rosto para criar um “contorno natural”. Embora pareça inofensivo, essa prática expõe áreas desprotegidas da pele aos raios UV, aumentando o risco de queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e, principalmente, câncer de pele.

Práticas como essa mostram o quanto as redes sociais podem ser uma faca de dois gumes. Enquanto podem educar, também têm o potencial de propagar informações sem embasamento científico, colocando a saúde das pessoas em risco. Não há atalhos seguros quando o assunto é proteção solar”, alerta Rodrigo Pereira.

Outro mito perigoso que ganhou força nas redes é a ideia de que o protetor solar poderia causar câncer devido a substâncias químicas presentes em sua composição. Essa alegação, no entanto, não tem respaldo científico. Estudos amplamente revisados por especialistas demonstram que os benefícios do uso diário do protetor superam qualquer risco teórico associado aos seus ingredientes.

Os danos causados pela radiação ultravioleta são cientificamente comprovados e uma das principais causas de câncer de pele. Já as acusações contra o protetor solar são infundadas e disseminadas sem critério. A desinformação não só desmotiva o uso do protetor, mas coloca vidas em perigo. Combater essas narrativas com dados confiáveis é essencial para proteger a população”, reforça o oncologista.

Segundo o médico, vale destacar ainda que a saúde é um tema que exige cuidado redobrado na busca por informações. “Em um mundo cada vez mais digital, é fundamental que as pessoas desenvolvam senso crítico para identificar o que é informação segura e o que é perigoso. Não podemos tratar a saúde com base em modismos ou tendências”, alerta.

Pessoas de pele negra podem ter câncer de pele?

Há ainda a ideia equivocada de que pessoas de pele escura estão imunes ao câncer de pele. Embora a maior quantidade de melanina ofereça uma proteção natural, o risco não é inexistente. Nessas populações, o câncer de pele pode surgir em áreas menos pigmentadas, como palmas das mãos, solas dos pés e mucosas, e muitas vezes é diagnosticado tardiamente.

É essencial desconstruir o mito de que a pele mais escura é invulnerável. O diagnóstico tardio em populações negras ocorre frequentemente porque a suspeita é baixa. Precisamos mudar essa realidade com mais informação e acesso à saúde”, afirma Perez.

Saiba o que fazer para prevenir o câncer de pele

  • Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, com FPS 30 ou superior.
  • Reaplique o protetor a cada duas horas ou após contato com água.
  • Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando os raios UV são mais intensos.
  • Use acessórios de proteção, como chapéus, óculos de sol com proteção UV e roupas de manga longa, idealmente também com proteção UV.
  • Fique atento a sinais na pele, como pintas que mudam de tamanho, cor ou formato.
  • Consulte um dermatologista regularmente, especialmente se tiver histórico familiar de câncer de pele.