segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Enem 2025 se aproximando: estude sem se sobrecarregar

Especialista alerta que o momento é de revisão, não de novos conteúdos


Foto: Pixabay


Com o ENEM 2025 se aproximando, os estudantes entram em uma fase decisiva de preparação. A ansiedade aumenta, mas segundo especialistas, o foco agora deve ser na consolidação do que já foi aprendido e não em tentar absorver novos conteúdos. A estratégia é revisar de forma inteligente e evitar o esgotamento nas semanas que antecedem a prova.

Rafael Lucena, professor de Biologia da Filadd, explica que o momento é de praticar e relembrar conceitos, não de atropelar o cronograma de estudos. “Agora o interessante é o aluno pegar os principais temas que caem no Enem e resolver dois ou três exercícios de cada um para praticar. Tentar aprender assuntos novos nesse ponto pode gerar desmotivação e a sensação de que nada foi assimilado, quando na verdade ele já construiu muito ao longo do ano”, orienta.

Confira as principais recomendações do professor:

1. Priorize a revisão, não novos conteúdos

Evite tentar aprender temas inéditos nesta fase. O foco deve ser revisar aquilo que já foi estudado e fortalecer o domínio sobre os assuntos principais.

2. Refaça provas e exercícios de anos anteriores

Resolver questões de edições passadas ajuda a identificar padrões, rever erros e consolidar o raciocínio exigido pelo exame.

3. Mantenha o equilíbrio e o descanso mental

Intercale os estudos com pausas e momentos leves. Revisar com equilíbrio é mais produtivo do que estudar em excesso.

4. Relacione teoria com o cotidiano

Filmes, séries e matérias jornalísticas podem ajudar a revisar conteúdos e criar conexões entre o conhecimento teórico e a prática social.

O que o aluno estudou, ele já fez. Agora é o momento de aplicar o que aprendeu, revisar os pontos principais e, principalmente, manter a calma. A prova é o reflexo de todo o processo, não apenas das últimas semanas”, reforça Rafael.

Fonte: Filadd


CineMaterna exibe "Se Não Fosse Você" no Botafogo Praia Shopping (05/11)

Os filmes são escolhidos pelas famílias cadastradas no site do CineMaterna através de votação em enquetes





Nesta quarta-feira (05), às 15h30, acontece a sessão CineMaterna na Cinemark do Botafogo Praia Shopping. Na sessão especial para famílias com bebês de até 18 meses, será exibido o filme “Se Não Fosse Você".

 

Crianças acima de 18 meses e acompanhantes são bem-vindos. Verifique se a classificação indicativa do filme é adequada para a faixa etária.

 

Diferenciais das sessões CineMaterna:

  • Trocadores dentro da sala de cinema, equipados com fraldas e lenços umedecidos;
  • Estacionamento para os carrinhos de bebê;
  • Sala com ar-condicionado ameno;
  • Som do filme mais baixo;
  • Ambiente levemente iluminado para que o público possa circular durante a sessão com segurança;
  • Tapete EVA para bebês que já engatinham ou caminham.
  • Voluntárias CineMaterna que organizam a sessão, recebem e auxiliam as famílias com carinho.
  • Após cada sessão, as voluntárias convidam as famílias para um bate-papo descontraído próximo ao cinema. 

 

Participar do CineMaterna vai muito além de apenas assistir a um filme. É fazer parte de uma rede de apoio e amor para as famílias que passam pelas transformações da parentalidade. Além disso, o encontro com outras famílias que passam pelas mesmas aflições e aprendizados, garante momentos de descontração, desabafo e alegria.

 

Ingresso cortesia

As 10 primeiras famílias com bebês de até 18 meses ganham cortesia. É limitada a uma cortesia por bebê para uso de um adulto: mãe, pai ou responsável. Bebês até os 2 anos participam gratuitamente. Esgotadas as cortesias, demais famílias e acompanhantes podem adquirir seus ingressos na bilheteria ou totens do cinema. 

 

Você ajuda na escolha da programação: 

Os filmes são escolhidos pelas famílias cadastradas no site do CineMaterna através de votação em enquetes. As enquetes ficam abertas de quinta-feira a domingo. O resultado da votação é divulgado no site, na quinta-feira que antecede a sessão, para que todos possam se programar a tempo de participar.

 

Clique aqui e cadastre-se agora mesmo

 

Sobre o CineMaterna

A Associação CineMaterna é uma organização sem fins lucrativos instituída por mães, pioneira em organizar sessões de cinema especiais para famílias com bebês de até 18 meses. 

 

Foi fundada em agosto de 2008 na cidade de São Paulo por mães que, a partir de uma necessidade pessoal, desenvolveram o programa feito especialmente para famílias com bebês de até 18 meses: sessões de cinema nas quais os filmes, em sua maioria, são direcionados ao entretenimento dos adultos, mas a sala de cinema é totalmente adaptada e acolhedora para os bebês. 

 

A ONG está presente em diversos cinemas espalhados por 47 cidades de 16 estados brasileiros. Em 17 anos de história, já levou mais de 238 mil famílias em mais de 10 mil sessões realizadas.


Foto: Divulgação



quinta-feira, 30 de outubro de 2025

5 dicas práticas do livro "Não Tema Nada!" para transformar medo em confiança

"Não Tema Nada!", da escritora Tânia Viviane, conhecida como Monja Leiga, não é apenas o título de seu novo livro: é um convite à vida com mais coragem, serenidade e fé



A obra propõe uma jornada de autoconhecimento e presença diante do medo, mostrando que coragem não é ausência de temor, mas a decisão consciente de seguir em frente mesmo quando ele aparece.

“Vivemos tentando controlar tudo e antecipar o futuro. Mas é justamente ao soltar o controle que encontramos a verdadeira liberdade interior”, explica Tânia Viviane.  Com base nessa reflexão, o livro apresenta práticas simples que ajudam a cultivar confiança no cotidiano e a transformar o medo em um aliado para o crescimento pessoal.

Confira 5 dicas práticas de ‘Não Tema Nada!’ para exercitar a coragem todos os dias:

  1. Respire e volte ao presente
    O primeiro passo para lidar com o medo é reconhecê-lo sem se deixar dominar. Respirar conscientemente por alguns minutos ajuda a acalmar o corpo e a mente. Ao inspirar e expirar devagar, é possível sair do turbilhão de pensamentos e retornar ao agora — o único momento no qual a ação é possível.
  2. Nomeie seus medos
    Medo não enfrentado cresce em silêncio. Escrever o que assusta — errar, ser rejeitado, perder — transforma o abstrato em algo concreto e administrável. Ao nomear o medo, você o organiza e ganha clareza para dar o próximo passo com consciência e serenidade.
  3. Dê pequenos passos de coragem
    Coragem não é um salto heroico, mas uma sequência de gestos simples e consistentes: fazer uma ligação difícil, enviar o currículo, pedir ajuda, dizer “não”. Cada pequena ação fortalece o músculo da confiança e mostra que é possível seguir mesmo com insegurança.
  4. Cultive a gratidão diariamente
    A gratidão tem o poder de mudar a perspectiva. Reconhecer pequenas vitórias e conquistas — mesmo as mais discretas — amplia o olhar para o que já funciona e renova a energia para seguir em frente. A confiança floresce onde existe gratidão.
  5. Confie no processo da vida
    Fazer a própria parte com atenção e entrega é essencial, mas nem tudo está sob nosso controle. Confiar que a vida se encarrega do restante não é passividade, é sabedoria. Essa fé ativa nos ensina a agir com leveza, sem o peso de tentar prever todos os desfechos.

“Não Tema Nada!” mostra que coragem é uma prática cotidiana, presente em cada escolha e gesto de confiança. Ao respirar, acolher, agir e agradecer, aprendemos a viver com mais serenidade — e a perceber que a verdadeira força nasce quando deixamos de lutar contra o medo e passamos a caminhar com ele, de mãos dadas com a fé.

Sobre Tânia Viviane

Conhecida como Monja Leiga, Tânia Viviane, além de escritora é palestrante e mentora nas áreas de espiritualidade e desenvolvimento pessoal. Membro da Soka Gakkai Internacional desde 1989, integra os ensinamentos budistas à sua própria trajetória de vida — marcada pela superação de um câncer e por uma profunda jornada de autoconhecimento. Autora de Não Tema Nada (2025), Tânia propõe um caminho de coragem, fé e confiança, inspirando pessoas a encontrarem serenidade mesmo em meio ao caos. Suas reflexões unem sabedoria prática e simbólica, com base em princípios como Hendoku Iyaku — a transformação do veneno em remédio —, convidando o leitor a transformar desafios em força interior e a recomeçar com mais consciência, leveza e propósito.


sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Viagem a trabalho? Como dominar o inglês corporativo

Save Me Teacher ensina os principais termos em inglês para utilizar em viagens de negócios


Seja em reuniões, feiras, eventos ou até no aeroporto, é fundamental dominar o idioma. Foto: Divulgação


Viagens corporativas são comuns para quem atua em ambientes internacionais ou, principalmente, para quem precisa manter contato com clientes e parceiros fora do Brasil. Seja em reuniões, feiras, eventos ou até mesmo no aeroporto, é fundamental dominar o idioma e se comunicar de maneira clara e assertiva. Pensando nisso, Carla D’Elia, fundadora da Save Me Teacher, plataforma especializada em inglês para o trabalho, reuniu algumas dicas com expressões essenciais para ajudar os profissionais a se prepararem melhor para sua próxima viagem corporativa. 

Para Carla, o inglês é o idioma universal do mundo dos negócios: “Conhecer os termos e as expressões certas fará toda a diferença. Além de facilitar as interações, vai te dar credibilidade e confiança, principalmente nas situações que exigir rapidez e precisão”.

No aeroporto 

  • É importante lembrar de expressões como “Check-in desk” (balcão de check-in), “Boarding pass” (cartão de embarque) e “Gate” (portão de embarque), que são indispensáveis.  
  • No caso de uma situação prática, aprender frases como “Where is the baggage claim?” (Onde fica a esteira de bagagens?) é essencial. 

No hotel 

  • Começando pela recepção, termos como “Reservation” (reserva)“Check-in/Check-out” e “Room service” vão aparecer com frequência.  
  • Saber dizer frases como “I have a reservation under…” (Tenho uma reserva em nome de…) garantirá que o hóspede seja atendido com rapidez. 

Pegando um transporte 

  • Para se locomover na cidade, é muito útil conhecer pontos como “Taxi stand” (ponto de táxi)“Car rental” (aluguel de carro) e “Public transportation” (transporte público).  
  • Aplicativos também serão úteis! Se precisar solicitar uma corrida, a frase “Can I get a ride to…?” (Posso pegar uma carona/viagem para…?) será bastante prática. 

Em reuniões de negócios 

  • Termos como “Business meeting” (reunião de negócios), “Agenda” (pauta) e “Presentation” (apresentação) serão essenciais para usar no contexto corporativo.  
  • Além disso, expressões como “Let’s get straight to the point” (Vamos direto ao ponto) ajudam a demonstrar profissionalismo e precisão durante a conversa. 

Fazendo networking em um evento 

  • Ao conhecer pessoas novas, pode ser necessário dizer frases como “It’s a pleasure to meet you” (É um prazer conhecê-lo) ou “Let’s keep in touch” (Vamos manter contato). Essas frases simples fortalecem relações profissionais e demonstram boa postura. 

Saber lidar com imprevistos é importante 

  • Nem sempre tudo sai como planejado. Por isso, vale lembrar de frases como “I need assistance, please” (Preciso de ajuda, por favor) e “Can you repeat that more slowly?” (Pode repetir mais devagar?). Acredite, essas frases são verdadeiras salva-vidas. 

Agora, com essas expressões e termos em inglês, as viagens de negócios se tornarão muito mais tranquilas. Além de facilitar a comunicação em diferentes situações, dominar o idioma aumenta sua confiança e reforça a imagem profissional dos brasileiros no mundo todo.  

Sobre a Save Me Teacher   

A Save Me Teacher é uma plataforma que oferece cursos de inglês voltados para o trabalho. O Business English tem o poder de transformar carreiras e, consequentemente, garantir liberdade geográfica e financeira aos estudantes. A plataforma conta com cinco opções de cursos atualmente, que têm como objetivo preparar o usuário para a rotina profissional, entrevistas de emprego na língua estrangeira, impulsionar o inglês, viagens internacionais, cursos preparatórios de proficiência, formulação do currículo, entre outras habilidades. Além disso, é possível encontrar consultorias sob medida. De forma didática, libertadora e rápida, sem a necessidade de formações de longa extensão, a Save Me Teacher já auxiliou mais de 7 mil alunos. Além disso, por meio das redes sociais, sua fundadora, Carla D’Elia, oferece conteúdo simplificado e gratuito com dicas sobre o idioma.  

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Como estudar para concursos mesmo com pouco tempo disponível

Conciliar trabalho e estudo é possível com método estruturado, uso da neuroeducação e foco no que gera resultado


Quem trabalha precisa estudar com precisão cirúrgica. Foto: Pixabay

Conciliar estudos para concurso público com jornada de trabalho exige mais do que força de vontade: exige método. De acordo com um estudo publicado no International Journal of Educational Management, trabalhadores que estudam de forma consistente conseguem manter bons índices de desempenho acadêmico quando têm um planejamento estruturado e flexível.

Karine Waldrich, auditora-fiscal e especialista em neuroeducação e concursos públicos, afirma que “quem trabalha precisa estudar com precisão cirúrgica. Tempo curto não é desculpa, é apenas uma variável a ser considerada no planejamento”. Segundo ela, o segredo está em abandonar a ideia de estudar apenas com um cronograma ideal e abraçar a constância possível.

Karine orienta que o concurseiro que trabalha deve estruturar seus estudos em blocos de tempo realistas: 60 a 90 minutos por dia podem ser mais eficazes do que longas sessões esporádicas. “O estudo de alta performance não exige quantidade, mas qualidade. Um tempo curto, mas bem usado, é mais produtivo do que três horas mal aproveitadas”, comenta.

Ela também recomenda que a pessoa que trabalha “bata a meta de estudos” pela manhã. “É melhor resolver isso cedo, quando o cérebro está descansado, e passar o dia todo satisfeito porque bateu a meta, do que ficar o dia inteiro se cobrando de ainda ter que estudar e, no final do dia, estudar com a mente poluída”, explica.

Outro ponto abordado pela auditora é o emocional. Aguentar a pressão de parentes e amigos pedindo mais tempo, ou achando “muita loucura” a rotina puxada, faz parte. “O concurseiro que trabalha precisa se tornar uma lagarta no casulo e se transformar, caso queira depois virar borboleta, ou seja, alcançar a aprovação.”

Nos finais de semana, a orientação é clara: usar parte do tempo para estudar, fazer provas simuladas e revisões. “O fim de semana é importante na rotina de quem trabalha, mas não é para se punir, é para organizar, medir desempenho e consolidar”.


Karine finaliza lembrando que muitos aprovados estavam na mesma condição: estudando com pouco tempo, mas com estratégia clara e emocional blindado. “O importante não é quanto você estuda, mas com que frequência e método você estuda. Passar 40 minutos na academia todo dia é melhor do que ir uma vez por semana durante 4 horas. Pense nisso, pois isso muda tudo”.

 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Sociedade e família na jornada da fertilidade: remédio ou veneno?

*Thalyta Laguna


O sofrimento psíquico de quem tenta engravidar não pode seguir sendo deslegitimado. Foto: Pexels


Nem sempre o desejo de ter um filho se concretiza no tempo ou da forma que se imaginava. Quando as tentativas não resultam em gravidez, o impacto não se limita aos tratamentos: saúde física e mental, relacionamentos, autoimagem e vínculos familiares são colocados à prova. Esse peso se torna ainda maior porque, culturalmente, a infertilidade continua sendo vista como um problema do corpo feminino. Essa percepção distorcida direciona o olhar para as mulheres e concentra nelas a maior parte da responsabilidade emocional, clínica e simbólica do processo. 

Em cerca de 40% dos casos, a infertilidade decorre de fatores masculinos. Ainda assim, as mulheres são, na maioria das vezes, as primeiras a serem investigadas, medicadas, examinadas e cobradas. A pressão se acumula dia após dia, e o sofrimento se deposita não apenas em seus corpos, mas também em seus pensamentos. 

Isso não significa que os homens não sofram. Eles sofrem, muitas vezes, calados; e, por falta de espaço ou por exigência cultural, tendem a internalizar suas angústias. Mas, mesmo quando o sofrimento está presente dos dois lados, a resposta social à infertilidade é desigual: enquanto os homens são poupados de perguntas e julgamentos, as mulheres seguem como principais alvos da cobrança. Espera-se que estejam disponíveis, resilientes e preparadas. E, quando a pressão vem mascarada de conselhos que nada acrescentam, é a saúde mental feminina que sente o impacto primeiro. 

No espaço familiar, onde se esperaria proteção, surgem cobranças veladas. Perguntas sobre “quando virão os netos”, comparações com outras gestações e sugestões genéricas sobre fé ou paciência contribuem para uma sensação de inadequação que adoece. Ainda que muitas dessas falas partam do desejo de ajudar, operam a partir do senso comum, ignorando a complexidade emocional da infertilidade. 

É preciso romper esse ciclo. O sofrimento psíquico de quem tenta engravidar não pode seguir sendo deslegitimado. Cada tentativa frustrada representa uma perda real, e o luto não é menor só porque não pode ser visto. A família pode ser parte do problema, mas também da solução. Validar as emoções, respeitar o tempo e o processo alheios e evitar pressões são formas concretas de cuidado. 

Ao fim e ao cabo, vale a máxima: há silêncios que sustentam mais do que mil discursos. Pois, na maior parte das vezes, não é a ausência de palavras que machuca, e sim o excesso delas, ditas para calar o próprio desconforto.  

Se não souber o que falar, ofereça um abraço. Ele costuma dizer tudo. 

*Autora de “Muito além do positivo”, Thalyta Laguna é psicóloga perinatal e pesquisadora na área de saúde reprodutiva. 



quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Voz e resistência: "Nasci Odara" revela uma história real de luta, amor e transformação

Em livro, a escritora Ana Marice Teixeira Ladeia reconstrói a trajetória de uma mulher trans preta em narrativa que transita entre depoimentos íntimos e reflexões críticas, elucidando pautas como redesignação de gênero e direitos humanos



O livro Nasci Odara, da médica, pesquisadora e escritora Ana Marice Teixeira Ladeia, é mais que um relato biográfico: é um testemunho vivo sobre resiliência, amor e a potência de existir plenamente. A obra nasceu do encontro entre a autora, branca e cisgênero, e Odara, mulher trans, preta e periférica, cuja história rompe o silêncio imposto pela marginalização e pela violência estrutural. 

Ao longo das páginas, Ana Marice se coloca no lugar de escuta, deixando que Odara conduza o fio narrativo. Entre memórias, dores e conquistas, a protagonista revela uma trajetória marcada por enfrentamentos e afeto, onde o amor – seja materno, romântico ou próprio – surge como força de sobrevivência.  

Vivo como se eu não fosse uma pessoa inteira e real. Sinto que existem dois mundos, o mundo que transborda dentro de mim e que já não cabe no meu corpo e o mundo dos que me veem e me julgam. Tenho vomitado tudo que como. Vomito muito mais que comida, vomito dores, preconceitos e a hipocrisia da sociedade. (Nasci Odara, p. 41)  

A narrativa transita entre depoimentos íntimos e reflexões críticas sobre gênero, preconceito e direitos humanos, além de trazer informações claras sobre o processo de redesignação de gênero, fruto de entrevistas da autora com outros médicos e psicólogos. Assim, Nasci Odara se torna também um instrumento de conscientização, ao desmistificar conceitos e ampliar o diálogo sobre diversidade e inclusão. 

Me diziam que eu não tinha lugar de fala até que resolvi assumir que eu tinha sim lugar de fala, porque tive lugar de escuta e tenho lugar de escrita”, afirma Ana Marice. Segundo ela, o livro surge justamente como uma ferramenta de ampliar a voz dessas mulheres. 

Ao final, a relação entre narradora e protagonista transcende a escrita: ambas se reconhecem nas emoções compartilhadas. Com linguagem sensível e comprometida com a verdade, Nasci Odara se firma como um convite ao respeito e à empatia – e como prova de que contar histórias é também um ato político e de amor. 

FICHA TÉCNICA 
Título: Nasci Odara 
Autor: Ana Marice Teixeira Ladeia 
ISBN: 978-65-5625-670-2 
Páginas: 94 
Preço: R$ 40,00 
Onde comprar: Amazon 

Sobre a autoraAna Marice Teixeira Ladeia construiu uma trajetória marcada pela dedicação à medicina e à literatura. Médica cardiologista, é doutora em Medicina Interna e professora titular da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, onde também coordena o Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Humana. Já publicou mais de 135 artigos científicos. Na literatura, transita entre prosa e poesia, explorando temas de amor, superação e questões sociais. Autora de Do amor e do amar: histórias de mulheres reais como você e Nasci Odara, finalista do Prêmio Kotter de Literatura, teve obras traduzidas para o espanhol e lançadas internacionalmente.  

Instagram@anamariceladeia